
Muito antes do chá interminável, do relógio derretido e das charadas que se desmancham no ar, havia apenas um homem – ou seria um menino? – dançando na tênue fronteira entre a razão e o delírio. Em A Origem do Chapeleiro, mergulhamos em um redemoinho de memórias partidas e realidades desconexas, buscando as raízes de quem se tornaria o mais excêntrico anfitrião do País das Maravilhas.
Dizem que os chapeleiros enlouqueciam pelo mercúrio, inalado em fábricas onde o ar cheirava a metal e febre. Mas e se não for só isso? E se a loucura for uma vertigem do tempo, um espelho que se abre em outra dimensão, um convite sussurrado por um coelho que sangra horas? Ele nasceu no absurdo ou o absurdo nasceu dele?
Nesta antologia, cada conto é um gole de chá amargo e alucinante: fábricas sufocantes, criaturas que falam ao contrário, portas que levam a lugar nenhum, e decisões que derretem a sanidade como açúcar na água quente. Afinal, toda mente estilhaçada tem um começo, e esta é a origem do Chapeleiro.