Em vigor entre os séculos XIII e XIX, o Tribunal do Santo Ofício, popularmente conhecido como Inquisição, foi uma instituição judicial da Igreja Católica que tinha por objetivo combater a heresia, a blasfêmia, as supostas práticas de bruxaria e os diversos hábitos considerados desviantes da fé cristã.
Durante o período de sua atividade, inúmeras pessoas consideradas “hereges” pelas autoridades católicas foram perseguidas, processadas, humilhadas, torturadas e, inclusive, condenadas à morte através de maneiras extremamente cruéis, como o garrote ou a fogueira.
Neste contexto, pode-se dizer que as inquisições espanhola e portuguesa foram especialmente brutais, torturando e incinerando vivas, através de seus “autos da fé”, inúmeras vítimas, não apenas na Europa como nas colônias americanas. No Brasil, por exemplo, há registros de mulheres queimadas por acusações absurdas de feitiçaria, quase todas envolvendo o “encantamento de homens” (mulheres dotadas de conhecimento e que se afirmavam livres eram vistas como ameaça ao poder patriarcal e religioso da Igreja).
Existem, ainda, outros casos amplamente conhecidos, como as condenações de Joana d’Arc e Giordano Bruno à fogueira. Na ficção, as obras que talvez melhor representem o terror das perseguições e deliberações pela Inquisição sejam o conto “O poço e o pêndulo”, de Edgar Allan Poe, e o romance “O nome da rosa”, de Umberto Eco.
A lista de atos considerados “crimes” pelos membros do Santo Ofício era extensa: a prática do judaísmo, do protestantismo e de outras religiões pagãs; a união homoafetiva; a valorização da ciência; o conhecimento de certas plantas medicinais; tudo poderia se tornar uma infração grave à fé e passível de condenação.
A obra traz histórias de personagens históricos ou fictícios que, de alguma forma, tiveram suas vidas afetadas (ou dizimadas) pelas atitudes bárbaras e insanas do Tribunal do Santo Ofício, motivadas pelo fanatismo cego e irracional, além de uma profunda intolerância às liberdades individuais e de outros interesses obscuros por parte das autoridades cristãs.